Ouvir pessoas e intermediar conflitos sempre foi uma habilidade. Talvez, tenha sido essa a razão de ter escutado tantas vezes que deveria me tornar psicóloga. No entanto, meu sonho de criança era me casar, ter filhos e ser dona de casa. Realizei!

 

Num determinado momento, com filhos adolescentes, percebi que alguma coisa faltava – entendi que era uma formação. Por mais que continuasse ouvindo das pessoas à minha volta sobre a vocação para a psicologia, achava que isso não era pra mim. 

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Ingressei na faculdade de Letras e, na sequência, numa pós-graduação em Revisão de Textos. Revisei alguns textos... mas, a sensação de que algo faltava continuava ali. 

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Pois bem, dessa vez entendi que faltava assumir que desejava ser psicóloga. Iniciei o curso de psicologia e me apaixonei por ele desde o primeiro semestre. O diploma significou estar apta para iniciar minha jornada de estudos e conhecimentos - no entendimento de que a psicologia requer estudos contínuos. 

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Hoje, minha habilidade de ouvir e intermediar conflitos pessoais e interpessoais é acompanhada de uma escuta mais atenta e fundamentada. Acredito que grande parte de nossas emoções e atitudes são resultado de fatores inconscientes. Através do método psicanalítico podemos identificar e compreender esses conteúdos, trazendo-os para a consciência e assim, fazer melhores escolhas.

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No tratamento, não me atenho a simplesmente eliminar sintomas, mas me volto para a pessoa em sua totalidade, o que considera, sim, sintomas e diagnósticos, mas também sua história, relações, crenças, desejos e faltas. Nessa jornada de descobertas, é possível transformar a angústia insuportável em oportunidade de reinvenção e, assim, encontrar uma nova maneira de se relacionar consigo e com o outro.